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Title: Canções Author: Boto, António Tomás, 1897-1959 Language: Portuguese As this book started as an ASCII text book there are no pictures available. *** Start of this LibraryBlog Digital Book "Canções" *** +CANÇÕES+ DO MESMO AUCTOR TROVAS CANTIGAS DE SAUDADE CANTARES--_com illustrações de Antonio Carneiro e musicas de Nicolau d'Albuquerque._ CANÇÕES A SEGUIR: SONETOS O ROMANCE D'ALCÁCER +CANÇÕES+ POR ANTONIO BOTTO _Todos os exemplares são rubricados pelo auctor_ +O homem será sempre o mortal enigma; a sombra das sombras.+ ANTÓNIO PALAVRAS SOBRE O ARTISTA E SOBRE O LIVRO +CANÇÕES+ POR JAYME DE BALSEMÃO CANÇÕES! _Canções á vida, não lamentos aos destinos. Canções á Fórma que é linda, portanto, canções a Deus. É assim que_ António Botto _canta o homem, o qual vencido pende para a terra sob o peso dos sentidos; o homem escravo, o rei do Universo. Canta a humanidade e as coisas terranas para lhes louvar a existencia involuntaria; canta a humanidade como elle sabe que ella é e não como elle desejaria que ella fosse. É esta a mais suave das philosophias, é esta toda a sua philosophia, creando na matéria uma arte deslumbrante de liturgias, dando a essa matéria toda uma origem divina. Se é n'ella que germina a fórma, a côr, o som, olhar attento é rezar em silencio._ António Botto _louva e não maldiz, porque atravessa a existencia para comprehender. E, louvando, segue a eminencia do pensar helleno, a grande harmonia dos dois mais nobres principios;--a arte e o critério; porque medital-os é liar n'um quietismo magnanimo as dolorosas imagens das nossas vidas. Canções d'antigo requinte, canções de quente Sul. Canções á mórna volúpia que adormece a louca angustia da razão. Canções de renascença, pelo sabôr da verdade e pela technica da maneira; canções onde a mudez não é uma crueza hostil, mas um designio de sabedorias, como nos dias gloriosos de Cyrena, das frautas encantadas, d'Eleusus... Canções, ao amôr,--o triste desatino; ao mar gemendo lascivas, ás sombras acolhedoras, ao cheiro acre das terras. Canções ao bello vinho amigo, que afasta os corpos famintos, e, a sós, sem conivencias, não pedindo e não carpindo,--sem comico e sem tragedia--canta a vida que sorri e olha os tempos sem mêdo._ Canções cheias de sombra e cheias d'intenção_; canções de belleza porque são humanas e porque são raras. Humanas, dizendo a febre de todo o goso, a luxuria que conquista, toda a posse que tortura; raras pela forma, pelo conceito, pelo sentir. Cantando a imperfeição o poeta canta a vida. Doando assim por essa gentil alchimia, a mais excellente das sciencias com a mais illustre das artes, o poeta das_ Canções_, prefere, ao repouso feliz do muito desprezar, o soffrimento constante do muito amar. A vida seria melhor se n'ella não existissem coisas tão bellas! É a Fórma que o enleva, essa fórma que o tempo absorve e devora com a vida dos artistas, porque a arte a ilumina. Essa fórma onde, por vezes, palpita um desejo decadente de perfeições alládas e que são a decadencia d'estas canções sentidas. Porque decadencia é como um tédio cheio de revolta motivado pela tortura da belleza para renascer no requinte da esthetica; maneira de protesto genial presidindo a todos os resurgimentos nas Artes. É a Grecia douta e augusta, que renasce nos versos de_ António Botto_, como em todas as renascenças; renasce n'uma visão de fumo lento, erguendo-se das áras votivas ao dominio dos Deuses humanos, a esse Hades lumbroso de murtas, divino de comprehensões, a essa mansão da Intelligencia, dirigindo as cellebrações nas vestalias como a humanidade nos peitos._ +. . . . . . . . . . . . . . . . O homem cede ao desejo como a nuvem cede ao vento.+ _E_ António Botto _louva esse desejo regendo as acções do homem, porque o homem d'elle nasceu. O amôr cantado assim, não é o opprobrio que avilta, mas o culto que ennobrece. Cantar a humanidade para a tornar mais bella!... Como os egypcios cadenciando-lhe o gesto nas danças, como os gregos cultivando-lhe a graça dos gymnasios, como os romanos nos libames a Jupiter. N'estas canções, o amôr, o vinho, os festins das carnes amorosas, as penumbras languidas são narcoticos preciosos onde o poeta afoga as dôres do pensamento. É Venus, Éros ou Aphrodite; é o Amôr Universal que, despreza a fome, a sêde, a fadiga, para lançar no mesmo tropel os sexos, as castas e as intelligencias, o amôr que tenta adormecer, com o seu macabro e com o seu grotêsco nos braços tolhidos da Noção; o amôr, Grande e Unico como o Sól, embora disperso em muitas laminas doiradas;--o amôr que ergue n'estas canções o seu grito immortal; óra varonil investindo na exaltação da conquista, óra femenil abandonando-se na ancia da dádiva; palpitando nos peitos viris, vencendo nos seios amorosos. É o amôr profano, profano como todos os amôres humanos, os mais divinos ou os mais terrênos. É tudo que se arrasta, tudo que se lamenta em redor do homem, supplicando um immensa simpathia para a grande e inalteravel Animalidade, a qual é como um vasto campo, onde homens, insectos, e gados, se agitam, entre a poderosa serenidade das formas vegetaes, sob a mesma claridade fecundante, sob a mesma armadura de velho oiro que os une e assimilla. A inspiração do poeta é nobre e ousada, porque é dirigida pelo carinho tutelar da belleza e da humanidade. Elle faz da sonoridade das palavras a escolha mais rythmica, mas quando essa phonetica obedeça doutamente á minucia exigente do seu espirito raro d'estylista alexandrino, ornado, expandido nas bellas lettras. A sua Arte é toda harmoniosa d'ironia; d'essa ironia, d'essa deidade antiga forçando a intelligencia a perdoar aos homens a sua presença ruidosa e feroz, para a posse da mais gentil das coragens:--sorrir! Então_ António Botto _não faz da eterna ignorancia uma tortura, mas uma suave piedade. Dentro do mysterio Universal:--do seio que sente e concebe, da semente que germina e emsombra, nada será espantoso, nada será extranho. As combinações abstractas o poeta cede as combinações sensiveis; a emoção pura, a sensibilidade consciente, a toada muzical e branda. A sua tranquilla acceitação dos dilêmas ímmutaveis pairando na vida, a sua comprehensão logica, a sua natural intuíção, animam-nos d'um prazer juvenil ao fallar do Artista e das suas_ Canções_. Cantam ellas a tréva do saber mesquinho dos homens, a illusão d'onde nascem as angustias para a posse das venturas, a amizade nos peitos como desenhos pueris na superficie das aguas. Cantam dôces crepusculos, onde o Ideal, na solidão e na morte, é sempre perfeito porque fóge como os Sóes. São canções onde a angustia é uma elegia de condescendencias. O homem nascendo para acreditar e para servir, o seu fanatismo vibra não das verdades mais demonstradas, mas, das illusões mais bellas. Essa illusão é a Arte, essa Arte uma dôce ironia de confôrto bello. E o homem vae sempre imaginando e soffrendo. Entre Platão e Phidias, Lucrecio e Virgilio, os Medicis e Miguel-Angelo, Luiz XIV e Racine, Goethe e Beethoven, existe a mesma comunhão de luminosidade divina, onde Jesus e São Francisco d'Assis, passam amenamente, para fazer reinar no coração dos homens uma esperança sem fim e um encantamento sem verdade. Cantar a bondade ou a belleza humana, é reconsiliar a humanidade com a sua impudicia e o seu egoismo.--Impudicia e egoismo, perduraveis razões de todo o sêr humano! É por essa orchestração sublime que o tédio cede á vida uma moráda d'eleição, uma resignação consiliante a salutar. É assim pois, colhendo d'um clamôr pavoroso, uma symphonia unisona, vestindo com uma preciosa ironia os penosos fatalismos das realidades, e excellando na dificil maneira de ser simples, que_ António Botto _entôa primorosamente, entre sêdas e vinhos, a negra historia dos mortaes:--O AMÔR E A DOR._ +I+ A noite Suavemente descia; E eu nos teus braços deitádo Até sonhei que morria. E via Goivos e cravos aos mólhos; Um Christo crucificado; Nos teus olhos, Suavidade e frieza; Damasco rôxo, cinzento, Rendas, velludos puídos, Perfumes caros entornados, Rumôr de vento em surdina, Insenso, rézas, brocados; Penumbra, sinos dobrando; Vellas ardendo; Guitarras, soluços, pragas, E eu... devagar morrendo. O teu rosto moreninho, Eu achei-o mais formoso, Mas, sem lagrimas, enxuto; E o teu corpo delgado, O teu corpo gracioso, Estava todo coberto de lucto. Depois, anciosamente, Procurei a tua boca, A tua boca sadía; Beijámo-nos doidamente... --Era dia! E os nossos corpos unidos, Como corpos sem sentidos, No chão rolaram... e assim ficaram!... +II+ Por uma noite de outomno Lá n'essa nave sombría, Hei-de contigo deitar-me, Mulher branca e muda e fria! Hei-de possuir na morte O teu corpo de marfim, Mulher que nunca me olhaste, Que nunca pensaste em mim... E quando, no fim do mundo, A trombêta, além, se ouvir, Apertar-te-hei mais ainda, --Não te deixarei partir! A tua boca formosa Será sempre dos meus beijos; E o teu corpo a minha patria, A patria dos meus desejos. +III+ Andáva a lua nos céus Com o seu bando de estrellas. Na minha alcova, Ardiam vellas, Em candelabros de bronze. Pelo chão, em desalinho, Os velludos pareciam Ondas de sangue e ondas de vinho. Elle olhava-me scismado; E eu, Placidamente, fumava, Vendo a lua branca e núa Que pelos céus caminhava. Aproximou-se; e em delirio Procurou ávidamente, E ávidamente beijou A minha boca de cravo Que a beijar se recusou. Arrastou-me para Elle, E, encostado ao meu hombro, Fallou-me d'um pagem loiro Que morrêra de Saudade, Á beira-mar, a cantar... Olhei o céu! Agora, a lua, fugia, Entre nuvens que tornavam A linda noite sombría. Déram-se as bocas n'um beijo, --Um beijo nervoso e lento... O homem cede ao desejo Como a nuvem cede ao vento. Vinha longe a madrugada. Por fim, Largando esse corpo Que adormecêra cansado E que eu beijára loucamente Sem sentir, Bebia vinho, perdidamente, Bebia vinho... até cahir. +IV+ Bemdito sejas, Meu verdadeiro conforto E meu verdadeiro amigo! Quando a sombra, quando a noite Dos altos céus vem descendo, A minha dôr, Estremecendo, acórda... A minha dôr é um leão Que lentamente mordendo Me devora o coração. Canto e chóro amargamente; Mas a dôr, indiferente, Continúa... Então, Febríl, quase louco, Corro a ti, vinho louvado! --E a minha dôr adormece, E o leão é socegado. Quanto mais bêbo mais dórme: Vinho adorado, O teu poder é enorme! E eu vos digo, almas em chaga, Ó almas tristes sangrando: Andarei sempre Em constante bebedeira! Grande vida! --Ter o vinho por amante E a morte por companheira! +V+ Foi n'uma tarde de Julho. Conversávamos a mêdo, --Receios de trahir Um tristissimo segrêdo. Sim, duvidávamos ambos: Elle não sabia bem Que o amava loucamente Como nunca amei ninguem. E eu não acreditava Que era por mim que o seu olhar De lagrimas se toldava... Mas, a duvida perdeu-se; Fallou alto o coração! --E as nossas taças Foram erguidas Com infinita perturbação! Os nossos braços Formaram laços. E, aos beijos, ébrios, tombámos; --Cheios d'amôr e de vinho! (Uma suplica soáva:) «Agora... morre commigo, Meu amôr, meu amôr... devagarinho!...» +VI+ Quanto, quanto me queres?--perguntaste Olhando para mim mas distrahida; E quando nos meus olhos te encontraste, Eu vi nos teus a luz da minha vida. Nas tuas mãos, as minhas, apertaste. Olhando para mim como vencida, «...quanto, quanto...»--de novo murmuraste E a tua boca deu-se-me rendida! Os nossos beijos longos e anciosos, Trocavam-se frementes!--Ah! ninguem Sabe beijar melhor que os amorosos! Quanto te quero?!--Eu posso lá dizer!... --Um grande amôr só se avalia bem Depois de se perder. +VII+ Anda, vem... ¿por que te négas, Carne morêna, toda perfume? ¿Por que te cálas, Por que esmoreces Boca vermêlha,-rosa de lume! Se a luz do dia Te cóbre de pêjo, Esperemos a noite presos n'um beijo. Dá-me o infinito goso De contigo adormecer, Devagarinho, sentindo O arôma e o calôr Da tua carne,-meu amôr! E ouve, mancebo aládo, Não entristeças, não penses, --Sê contente, Porque nem todo o prazer Tem peccado... Anda, vem... dá-me o teu corpo Em troca dos meus desejos; Tenho Saudades da vida! Tenho sêde dos teus beijos! +VIII+ Se me deixares, eu digo O contrario a toda a gente; E, n'este mundo de enganos, Falla verdade quem mente. Tu dizes que a minha boca Já não acorda desejos, Já não aquece outra boca, Já não merece os teus beijos; Mas, tem cuidado commigo, Não procures ser ausente: --Se me deixares, eu digo O contrario a toda a gente. +IX+ Ouve, meu anjo: ¿Se eu beijásse a tua pél? ¿Se eu beijásse a tua boca Onde a saliva é um mél?... Quiz afastar-se mostrando Um sorriso desdenhoso; Mas ai! --A carne do assassino É como a do virtuoso. N'uma attitude elegante, Mysteriosa, gentil, Deu-me o seu corpo doirado Que eu beijei quase febríl. Na vidraça da janella, A chuva, léve, tinia... Elle apertou-me, cerrando Os olhos para sonhar... E eu, lentamente, morria Como um perfume no ar! +X+ Quem é que abraça o meu corpo Na penumbra do meu leito? Quem é que beija o meu rosto, Quem é que morde o meu peito? Quem é que falla da morte, Docemente, ao meu ouvido? És tu, Senhor dos meus olhos, E sempre no meu sentido. +XI+ Tenho a certeza De que entre nós tudo acabou. Deixal-o! Bemdita seja a tristesa! --Não ha bem que sempre dure E o meu bem pouco durou. Não levantes os teus braços, Para de novo cingir A minha carne de seda; --Vou deixar-te... vou partir. E se um dia te lembrares, Dos meus olhos côr de bronze E do meu corpo franzino, Acalma A tua sensualidade, Bebendo vinho e cantando Os versos que te mandei N'aquella tarde cinzenta... Adeus! Quem fica soffre bem sei; Mas soffre mais quem se ausenta!... +XII+ Tu mandaste-me dizer Que tornavas novamente Quando viesse a tardinha; E eu, para mais te prender, --N'esse dia... Pintei de negro os meus olhos E de rôxo a minha boca. As rosas eram aos mólhos Para a noite rubra e louca! Entornei sobre o meu corpo, --Que fôra delgado e bello! O perfume mais extranho e mais subtil; E um brocado rôxo e verde Envolveu a minha carne Macerada e varonil. Os meus hombros florentinos, Cobértos de pedraria, Eram chagas luminosas Alumiando o meu corpo Todo em fébre e nostalgia. Nas minhas mãos de cambraia, As esmeraldas scintillavam; E as pérolas nos meus braços, Murmuravam... Desmanchado, o meu cabello, Em ondas largas, cahia, Na minha fronte Ligeiramente sombría. Estava pallido e dir-se-hia Que a pallidez aumentava A minha grande belleza! Na minha boca ondulava Um sorriso de tristeza. A noite vinha tombando. E, como tardasses, Fiquei-me, sentádo, olhando O meu vulto reflectido No espelho de crystal; E afinal, Nem frescura, nem belleza, No meu rôsto descobri! --Ó morte, não me procures! E tu, meu amôr, não venhas!... --Eu já morri. +XIII+ Já na minha alma se apagam As alegrias que eu tive; Só quem ama tem tristezas, Mas quem não ama não vive. Andam pétalas e fôlhas Bailando no ár sombrío; E as lágrimas, dos meus olhos, Vão correndo ao desafio. Em tudo vejo Saudades! A terra parece mórta. --Ó vento que tudo lévas, Não venhas á minha pórta! E as minhas rosas vermelhas, As rosas, no meu jardim, Parecem, assim cahidas, Restos de um grande festim! Meu coração desgraçado, Bebe ainda mais licôr! --Que importa morrer amando, Que importa morrer d'amôr! E vem ouvir bem-amado Senhor que eu nunca mais vi: --Morro mas levo commigo Alguma cousa de ti. +XIV+ A vossa carta commove, Mas, não vos posso acompanhar. Deixae-me viver em penas; --Vou soffrendo e vou sorrindo, O meu destino é chorar! Sim, é certo;--quem eu amo Zomba e ri do meu amôr... --Que hei-de eu fazer?--Resignar-me, Gentillissimo Senhor! Depois, quanto mais sabemos, Parece que mais erramos: --Antes soffrer os males que nos cercam Do que ir em busca de outros que ignoramos. +XV+ De Saudades vou morrendo E na morte vou pensando: Meu amôr, por que partiste, Sem me dizer até quando? Na minha boca tão linda, Ó alegrias cantae! Mas, quem se lembra d'um louco? --Enchei-vos d'agua, meus olhos, Enchei-vos d'agua, chorae! +XVI+ Eu hontem passei o dia Ouvindo o que o mar dizia. Chorámos, rimos, cantámos. Fallou-me do seu destino, Do seu fado... Depois, para se alegrar, Ergueu-se, e bailando, e rindo, Poz-se a cantar Um canto molhádo e lindo. O seu halito perfuma, E o seu perfume faz mal! Deserto de aguas sem fim. Ó sepultura da minha raça Quando me guardas a mim?... Elle afastou-se calado; Eu afastei-me mais triste, Mais doente, mais cansado... Ao longe o Sol na agonia De rôxo as aguas tingia. «Voz do mar, mysteriosa; Voz do amôr e da verdade! --Ó voz moribunda e dôce Da minha grande Saudade! Voz amarga de quem fica, Trémula voz de quem parte...» . . . . . . . . . . . . . . . . E os poetas a cantar São echos da voz do mar! _Este livro foi composto e impresso durante o mez de Fevereiro do anno de mil novecentos e vinte e um na Imprensa Libanio da Silva, em Lisbôa._ *** End of this LibraryBlog Digital Book "Canções" *** Copyright 2023 LibraryBlog. All rights reserved.