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Title: O Oraculo do Passado, do presente e do Futuro (7/7) - Parte Setima: O oraculo dos Astros Author: Serrano, Bento Language: Portuguese As this book started as an ASCII text book there are no pictures available. *** Start of this LibraryBlog Digital Book "O Oraculo do Passado, do presente e do Futuro (7/7) - Parte Setima: O oraculo dos Astros" *** public domain material from Google Book Search) O ORACULO DO PASSADO, DO PRESENTE E DO FUTURO OU O Verdadeiro modo de aprender no passado a prevenir o presente, e a adivinhar o futuro POR BENTO SERRANO ASTROLOGO DA SERRA DA ESTRELLA, _Onde reside ha perto de trinta annos, sendo a sua habitação uma estreita gruta que lhe serve de gabinete dos seus assiduos estudos astronomicos_ OBRA DIVIDIDA EM SETE PARTES, CONTENDO CADA UMA O SEGUINTE: Parte primeira--O ORACULO DA NOITE Parte Segunda--O ORACULO DAS SALAS Parte Terceira--O ORACULO DOS SEGREDOS Parte Quarta--O ORACULO DAS FLORES Parte Quinta--O ORACULO DAS SINAS Parte Sexta--O ORACULO DA MAGICA Parte Setima--O ORACULO DOS ASTROS PORTO LIVRARIA PORTUGUEZA--EDITORA 55, Largo dos Loyos, 56 1883 PARTE SETIMA O ORACULO DOS ASTROS OU A verdadeira arte de conhecer os segredos dos Astros pela regular rotação, e pelos signaes que se observam de noite e dia durante as quatro estações do anno PORTO LIVRARIA PORTUGUEZA--EDITORA 55, Largo dos Loyos, 56 1883 Porto: 1883--Imprensa Commercial--Lavadouros, 16. O ORACULO DOS ASTROS ASTRONOMIA POPULAR _A astronomia na antiguidade._--É antiquissima esta sciencia e parece que aos pastores do Himalaya se devem as primeiras observações astronomicas, unicamente fundadas nos movimentos apparentes dos corpos celestes, e nos phenomenos que mais impressionavam a imaginação do homem, taes como a passagem dos planetas atravez das constellações, as estrellas cadentes, os cometas, os eclipses, etc. Como não podia deixar de ser, todas as theorias de então, fundadas em apparencias falsas, eram falsas tambem, tendo sido modificadas e corrigidas gradualmente, segundo o exigia o caminhar progressivo das outras sciencias. A primeira hypothese consistia em imaginar a Terra rodeada de agua por todos os lados, hypothese que ainda existia no tempo de Homero, pois que então acreditava-se que o Sol _se apagava_ ao mergulhar no Oceano, reaccendendo-se no dia seguinte depois de demorado banho. Os astronomos gregos, ha dois mil annos, julgavam que as estrellas eram chammas alimentadas pelas exhalações da Terra! Todavia, quando se observou que o Sol, a Lua, as estrellas e os planetas, se escondiam todos os dias no horizonte, surgindo no immediato do lado opposto, força foi admittir que passavam sob a Terra,--e d'aqui uma revolução immensa, completa, na maneira de considerar o nosso planeta, que até então o homem tinha como solidamente assente debaixo dos pés, prolongando-se até ao infinito. Para explicar aquella passagem, inventaram-se hypotheses sobre hypotheses, qual d'ellas mais extraordinaria, qual d'ellas mais absurda. Um deu á Terra a forma de meza circular sustentada por doze columnas, outro a de uma cupula descançando em cima de quatro gigantescos elephantes de bronze, etc., etc.; mas nada d'isto satisfazia o espirito. Columnas e elephantes, a seu turno, sobre que é que descançavam? Sendo impossivel responder satisfactoriamente a tal pergunta, aquellas theorias foram completamente abandonadas, admittindo-se por fim que a Terra se mantinha livre no espaço. Era um passo para o descobrimento da verdade, mas o erro subsistia ainda. Segundo a nova doutrina, o nosso planeta conservar-se-ia quieto no espaço, occupando o centro de todos os corpos celestes, que giravam em torno d'elle. Isto, que só tinha de bom explicar a rotação das estrellas chamadas fixas, deixava sem explicação os movimentos dos planetas por entre as constellações, e foi alterado, ou antes substituido, pelo systema de Ptolomeu, o qual consistia em imaginar o universo composto de globos uns dentro dos outros. O exterior era o Empyreo, isto é, o logar para onde iam as almas dos bemaventurados. Ao immediato estavam presas as estrellas fixas, e a cada um dos sete seguintes, os sete planetas então conhecidos, no numero dos quaes entravam (erradamente, como veremos mais adeante) o Sol e a Lua. No centro d'esta machina complicadissima, a Terra! Tão prodigioso edificio era construido do mais fino crystal, para que o brilho dos corpos celestes podesse chegar até cá. O espirito humano, uma vez no caminho do absurdo e do maravilhoso, não pára facilmente. Assim, houve quem asseverasse com a maior seriedade que os aerolithos eram pedaços de algumas das espheras, que, de velhas, cahiam sobre a Terra; que o movimento dos planetas era mais vagaroso quando se achavam mais distantes do Sol, porque não _viam_ tão bem o caminho! etc. etc. Á medida, porém, que as observações astronomicas se tornaram mais frequentes, e que as outras sciencias se foram aperfeiçoando, fornecendo novos meios de comparação, o systema de Ptolomeu era a cada passo alterado, para dar a explicação de um novo phenomeno descoberto; e por fim tornou-se de tal fórma complicado, que já nem os proprios astronomos se entendiam com elle, o que não o impediu de encontrar defensores exaltados e de ser conservado muito tempo nas escolas superiores. _Systema de Copernico._--Foi nos seculos XV e XVI que se estabeleceram as verdadeiras bases da astronomia. O espirito humano começou então a libertar-se das falsas theorias a que um fanatismo barbaro o trazia acorrentado, succedendo-se uns após outros os mais bellos emprehendimentos e as empresas mais arrojadas. Copernico lança então corajosamente por terra as falsas doutrinas de Ptolomeu e apresenta aos olhos maravilhados do homem, tal qual é, o principio fundamental da astronomia; quasi ao mesmo tempo o nosso compatriota Fernão de Magalhães, effectuando a primeira viagem de circum-navegação, prova praticamente, aos que ainda duvidavam, a espheroicidade do planeta que habitamos. Uma vez conhecida a verdadeira posição da Terra em relação aos outros planetas e ao Sol, as descobertas succederam-se umas após outras. A Copernico demonstrando que todos os planetas se moviam em torno do Sol, seguiu-se Képler descobrindo as tres leis que regem os movimentos dos corpos celestes,--Galileu inventando o telescopio,--Halley calculando a volta de um cometa e Newton descobrindo a força que mantem em equilibrio todos os astros. Actualmente a sciencia póde vangloriar-se de conhecer não só a posição de cada um dos corpos que constitue o systema solar, mas de saber qual a distancia de uns aos outros, quaes os seus volumes, e até o peso de cada um. A relação das distancias de uns aos outros planetas está feita na razão de 1 millimetro para 10 milhões de leguas. Não ha, porém, proporção alguma no que respeita ás suas dimensões; se quizessemos conservar á Terra o tamanho, aliás pequenissimo, que alli tem, haveriamos de representar o Sol por uma esphera do tamanho approximado de uma pequena laranja e de distanciar proporcionalmente os planetas uns dos outros. O caminho percorrido por cada astro, isto é, a sua orbita, acha-se indicado por traços e os planetas e satellites por pequenos pontos. Partindo do Sol, vemos que o primeiro planeta que lhe gira em torno é Mercurio, em seguida Venus e depois a Terra. Em volta do nosso planeta, acompanhando-o fielmente, gira um outro globo ou satellite, a Lua. Segue-se depois Marte com dois satellites. Estes quatro primeiros planetas, Mercurio, Venus, Terra e Marte, são chamados por alguns astronomos planetas medios em razão do seu tamanho. Segue-se depois uma infinidade de planetas de pequenas dimensões, cuja orbita media se acha tambem alli indicada. São os pequenos planetas que, segundo a hypothese mais geralmente acceita, constituem os despojos de um grande planeta que uma causa desconhecida haja despedaçado. Contam-se actualmente cerca de 220 d'estes astros, mas é provavel que o seu numero seja muito maior. Aos pequenos planetas seguem-se os grandes:--primeiramente Jupiter tendo em torno quatro satellites; depois Saturno com oito satellites; Urano com quatro, e finalmente Neptuno com um só. Além dos planetas, que giram quasi circularmente em torno do Sol, no mesmo sentido e em planos não muito differente uns dos outros, e dos salellites que acompanham os planetas,--outros corpos, cuja quantidade é impossivel calcular, caminham tambem em volta do Sol seguindo orbitas muito alongadas e movendo-se em todos os sentidos e em planos variadissimos: são os cometas. Independentemente dos planetas, satelliles e cometas, o systema solar é povoado ainda por myriades de outros corpos muito mais pequenos e que viajam em diversas regiões do céu, umas vezes isolados, outras aos enxames, voltando periodicamente ao mesmo ponto, e dos quaes só temos conhecimento quando por acaso atravessam a atmosphera terrestre, ao contacto da qual se tornam incandescentes, ou quando mesmo são attrahidos pelo nosso planeta, onde caem. São as estrellas cadentes, os aerolithos, etc. Finalmente um immenso annel luminoso, composto provavelmente de milhões de milhões d'estes pequenos corpos illuminados pelo Sol, rodeia este astro, extendendo-se muito além da orbita da Terra. Vê-se n'algumas epochas do anno elevar-se acima do horisonte, ao pôr ou ao nascer do Sol. É a luz zodiacal. Reunindo, temos o systema solar composto de:--1.º um corpo central, muito maior que todos os outros, e relativamente immovel, o Sol;--2.º diversos corpos girando todos no mesmo sentido, e quasi circularmente em torno d'aquelle astro (são os planetas);--3.º varios corpos mais pequenos caminhando em volta de alguns planetas (os satellites);--4.º os cometas, que teem orbita muito alongada, e caminham em todas as direcções;--5.º as estrellas cadentes, aerolithos, etc., myriades de pequenas aggregações percorrendo todos os pontos do espaço;--6.º a luz zodiacal (reunião em volta do Sol de pequenos corpos, illuminados por elle). I Do Creador Nós não vemos o Creador; mas sentimos, e reconhecemos o seu poder até ao menor insecto perdido no pó. Tudo nos mostra um Deus Creador, o céo, a terra, as aguas, o homem, os animaes, as plantas, e os mineraes; em fim toda a Natureza. Foi elle quem formou todas as maravilhas, que se offerecem á nossa vista. Meus caros meninos, escutai com attenção o seguinte: Se vós achasseis em uma planicie, uma casa bonita, de uma architectura regular com quartos dispostos commodamente, e decorados com magnificencia, dirieis logo: Esta casa foi construida pelos homens; foram elles quem a mobilou e decorou. Foi um relojoeiro que fez este relogio, é impossivel que elle se fizesse a si mesmo, dirieis vós se da mesma maneira visseis um relogio indicando regularmente os minutos, e as horas. Pois assim, meus meninos, olhando para o céo, as estrellas, o sol, que brilha com tanto resplendor, e a terra que está coberta de prodigios, dizei vós da mesma maneira: Estas cousas não poderam produzir-se a si mesmas, o homem não pôde fazel-as. Ha pois, um ente todo Poderoso que as creou: este ente é Deus, author de tudo quanto existe, Deus é um Pae terno e vigilante o qual nos não abandona, nem um só momento. Envia-nos todos os dias a luz que nos alumia, e o pão que nos sustenta. E que nos pede elle por tantos beneficios? Quer que o amemos. Ah! meus caros meninos, quanto seriamos ingratos, e culpados, se não obedecessemos aos seus desejos, se lhe fechassemos o nosso coração! É d'elle que nos vem tudo o que temos; e é a elle, a quem devemos todos os nossos sentimentos, e todo o nosso amor. II O Mundo Declara-se pelo nome de Mundo ou Universo, tudo quanto existe desde o espaço dos Céos á Terra. Isto é, o sol, as estrellas, a terra, tudo o que a nossa vista apercebe nas profundidades do ar, da terra e das aguas, e o que está alem do que podemos alcançar com a vista. Ainda que a vossa vista é muito fraca e ainda sois mui pequenos, meus meninos, podeis admirar uma parte d'este immenso espectaculo. O sol, ao meio d'esses numerosos globos que brilham em todas as abobadas dos céos, é de todas as obras de Deus aquella, que se apresenta com mais brilhantismo, e magestade: é um facho, como, eternamente, posto no centro do mundo para derramar ondas de luz para todos os lados, e a uma distancia que nos não é permittido determinar: dir-se-hia que é o rei dos astros. Comecemos pois por elle no artigo seguinte. III O Sol O calor, e a luz que elle derrama no universo, nos fazem vêr que a sua materia está continuamente inflammada, e que elle é o proprio fogo. O sol, o qual nos parece tam pequeno por causa da sua extrema distancia, é (segundo os astronomos) um milhão e quatro centas vezes maior que a terra. A sua forma é a de um globo. Todas as manhãs o vêdes apparecer no oriente, elevar-se no céo até o meio dia, e depois descer, e desapparecer abaixo do horisonte ao occidente. Talvez vos persuadais que elle faz verdadeiramente esse movimento e que nasce d'um lado para ir pôr-se ao outro; mas seria um erro. Não é o sol que se volve á roda da terra, mas a terra que se volve sobre si mesma. O sol não muda de logar, está sempre no centro do mundo para alumiar tudo quanto o rodeia. Observaram-se por meio das lunetas manchas sobre este corpo tam brilhante, e por meio d'estas manchas, descobriu-se que elle se volvia sobre si mesmo, como se volveria uma bolla atravessada por um prego. Estas manchas veem-se em primeiro lugar n'uma extremidade d'este astro; avançam, vêem-se depois na outra extremidade; e emfim desapparecem para traz, para tornarem a apparecer, passado algum tempo. Observou-se que para voltar ao ponto, donde tinha partido, eram-lhe necessarios vinte e sete dias; e que por consequencia era necessario esse espaço para que o sol fizesse uma volta sobre o seu eixo. Julga-se que o sol dista de nós trinta e quatro milhões trezentas e cincoenta e sete mil quatro centas, e oitenta leguas. IV As Estrellas Distinguem-se estes astros tam numerosos em «estrellas fixas,» porque se não vêem mudar de lugar, e em «planetas,» ou «estrellas errantes» porque estas se volvem em mais ou menos tempo á roda do sol. Ha por ventura cousa magnifica, e que dê uma idêa maior de Deus do que esta multidão de estrellas que brilham no firmamento durante as trevas da noite? Vel-as-hiamos em igual numero durante o dia se o resplendor da luz as não fizesse desapparecer. Presume-se que as estrellas fixas são globos luminosos similhantes ao sol, os quaes allumiam outros mundos demasiadamente distantes para que a nossa vista possa percebêl-os. Se nos parecem mais pequenas do que o astro que nos alumia é porque estão infinitamente mais distantes de nós. Julgae da sua grandeza, e da sua immensa distancia pela que está mais proxima da terra, a que chamam «Sirio». Crê-se que esta estrella fixa está quatro centas vezes mais distante de nós do que o sol, e que o seu diametro, ou a sua largura, é de trinta e tres milhões de leguas. Isso porém, meus meninos, é superior á concepção da vossa idade; porém com as explicações que vossos paes ou mestres tiverem a complacencia de vos dar, heis de comprehender alguma cousa. V Os Planetas São (fóra os modernos que mais se tem descoberto ha poucos annos) _Mercurio_, _Venus_, _Terra_, _Marte_, _Jupiter_, _Herschell_ (ao todo 7). Este ultimo só se conhece desde 1785; e foi descoberto por um sabio astronomo inglez do mesmo nome o qual tambem conservou. As estrellas fixas differem dos planetas, por quanto estes (e não aquellas) se volvem á roda do sol, e não tem luz por si mesmos; pois aquella, com que elles brilham lhes vem do mesmo sol. Presume-se que estes immensos globos são, como a terra, mundos habitados. O planeta mais pequeno é Mercurio, e o mais visinho do sol. Crê-se que é quinze vezes mais pequeno que a terra. Venus; á qual tambem chamam ora «estrella da manhã» (ou da «alva»), ora «vespera» (estrella da tarde,) vem depois, e tem uma nona parte menos que a terra. Volve-se sobre si mesma em vinte e tres horas, e vinte minutos. A terra a qual nos parece tam grande, por que nós somos pequenos, não é (como já vos disse) mais que um planeta, ou uma estrella errante. Se vós habitasseis Venus ou Mercurio, ve-la-hieis ao meio do céo, como as outras estrellas e não vos pareceria maior que a ponta de um dedo. Com algum detalhe, n'ella logo fallaremos. Marte, é muito menos que a terra; elle não tem mais que tres quintos do seu diametro. Jupiter, é muito maior. Os astronomos asseguram que tem treze vezes a grossura da terra. Volve-se sobre si mesmo em nove horas, e cincoenta e seis minutos. Tem em torno de si quatro luas. Saturno, é quasi mil vezes maior que a terra. Tem tambem cinco luas ou satellites. Está, alem d'isso, rodeado por um grande annel de luz que se descobre por meio das lunetas. Dista do sol trezentos e vinte e sete milhões, e setecentas mil leguas. Herschell está ainda mais distante. Parece affastado para a extremidade do mundo. São-lhe necessarios noventa annos, para se volver á roda do sol. VI A Terra A terra é redonda como uma bolla. Os seus vales, e montanhas, os quaes nos parecem tam consideraveis não são nada relativamente á sua grossura; podem-se apenas comparar com as desigualdades, que se observa sobre a casca de uma laranja, as quaes não impedem que este fructo tenha uma forma redonda. A terra tem nove mil leguas de circumferencia ou circuito. Já se disse que ella se volve sobre si mesma, como uma bolla que está atravessada por um prego de ferro. Este movimento, a que chamam «rotação», occasiona-lhe alternativamente o dia, e a noite, isto é, a parte que está virada para o sol gosa da luz, em quanto a parte opposta se acha na escuridão. Ora como a terra faz este movimento sobre si mesma em vinte e quatro horas, resulta d'ahi que n'esse mesmo espaço tem o dia e a noite. Quereis vós ter uma ideia bem clara do que vos digo? Pegai n'uma bolla e volvei-a entre vossos dedos diante d'uma luz: a bolla será a terra, e a luz o sol. Além d'este movimento quotidiano, a terra tem outro que se executa no espaço d'um anno: ella faz um circulo immenso á volta do sol. É este ultimo movimento o que produz as differentes estações do anno. Porém isto é demasiadamente superior á concepção da vossa idade; para agora vos dar a sua explicação, devo todavia fazer-vos uma facil observação sobre um effeito notavel produzido pelo movimento da terra. Como não é nenhuma das duas extremidades, sobre que ella se volve que se apresenta ao sol, mas sim o meio, segue-se que esse meio recebendo em toda a circumferencia os raios do sol, perpendicularmente, sente una calor consideravel, em quanto as duas extremidades, as quaes recebem os raios obliquamente (de lado) ficam em um inverno continuo e estão sempre cobertas de gello. Porém como a terra inclina um pouco para o sol durante seis mezes uma das suas extremidades, e durante os outros seis mezes a extremidade opposta, vê-se que cada uma d'ellas gosa alternativamente de um verão rapido, o qual não tem tempo para derreter aquelles enormes montões de gello. Estas duas differentes e successivas inclinações, produzem outro effeito muito extraordinario: é darem a estas tristes regiões dias e noites de seis mezes. Chama-se «Equador» a facha do meio, a qual se acha debaixo do sol; e «pólos» as extremidades sobre as quaes se volve a terra. Ha um polo do meio dia, e outro do Norte. N. B.--Advirta-se que em taes objectos é difficultoso fallar á intelligencia dos meninos; por isso dirigi-vos aos seus olhos; pegai n'uma bolla, e n'uma luz; e em um quarto d'hora, hade ficar sabendo mais com essa pequena demonstração, do que com tudo quanto poderieis dizer n'um mez. Por isso ainda quando a explicação que acabamos de dar, fosse mil vezes mais clara, e mais extensa, nem por isso deixaria de ser muito obscura, e muito incompleta para um menino. VII A Lua Ao reparar no sol de dia, não podereis de noite deixar de attender á sua rival a lua, que onde vêdes esse magnifico astro que de noite nos dá uma luz tam doce, e que é tam propicio, crêdes sem duvida, que é um rival do sol, e um globo mil vezes maior que as estrellas? Desenganai-vos mais esta vez. A lua parece-nos maior que as estrellas somente por que está mais perto de nós. Ella não dista da terra mais que oitenta e seis mil trezentas e vinte e quatro leguas; e o seu volume é quasi cinco mezes menor que o da terra. É mui pequena comparativamente a Saturno e a Jupiter, os quaes todavia não vos parecem maiores que a luz d'uma vella. A lua não faz como os outros planetas a sua revolução á roda do sol, mas sim, á roda da terra. É a esta que se referem os seus movimentos; acompanha-a na sua revolução annual á roda do sol; e n'esse espaço volve-se treze vezes em torno da terra. Em cada um d'estes circulos gasta vinte e sete dias sete horas e quarenta e tres minutos. Ella não tem luz alguma por si mesma, posto que com tudo vos pareça mui resplandecente de noite. Ella recebe o seu brilhantismo do sol; e por isso nunca vemos mais que a sua parte alumiada segundo estas differentes posições, parece-nos uma vez meia lua, um quarto etc. A parte que não podemos vêr se acha na escuridão. Como ella esclarece a terra com a luz que recebe, da mesma sorte a terra lhe envia a luz que lhe vem do sol, porém em muito maior quantidade vista sua grandeza. Ora, nas luas novas, o lado da terra alumiado está inteiramente virado para a lua, e por consequencia alumia a sua parte obscura: os habitantes da lua (se ella os tem) gosam então da terra cheia, como nós em uma posição similhante a esta gosamos da lua cheia. Não é preciso que eu vos diga que a lua é redonda; já vol-o disseram os vossos olhos. Notae porém que não é redonda plana, mas redonda espherica, ou como uma bolla. VIII Eclipses da Lua e do Sol Eclipse quer dizer privação da lua por meio d'um corpo intermedio. Ha circunstancias em que a terra priva a lua da luz do sol (a que chamamos «eclipse da lua»,) e em que a lua priva a terra da mesma luz solar, (a que chamamos «eclipse do sol»). O eclipse da lua (em que ella se eclipsa e desapparece aos nossos olhos) é causado pois pela passagem do corpo da terra directamente entre o sol e a lua. A terra intercepta então os raios do sol, e a lua fica algum tempo na sombra da terra privada da luz. O eclipse do sol (em que elle se eclipsa e desapparece aos nossos olhos) é da mesma sorte causado pela passagem do corpo da lua directamente entre o sol e a terra. A lua tira-nos então os raios do sol, e a terra fica algum tempo na sombra da lua, privada da luz. Quando a lua está eclipsada, está-o geralmente para todos os povos, que a podem ver, por que não tem luz por si mesma; porém não acontece o mesmo a respeito do sol; a lua só o pode occultar a certos povos, onde chega a sua sombra, e durante este tempo os outros gozam da sua luz, sem perceberem mudança alguma. IV Os Elementos Damos a antiga divisão dos elementos, como se fez até ás ultimas descobertas de chimica, pois é o unico meio de fazer comprehendel-os á infancia. Elemento, quer dizer constitutivo (ou reunião de forças, qualidades, ou objectos) que formam qualquer cousa ou parte de um todo (animado, inanimado, ou intellectual) os elementos, ou simplices, ou compostos, em geral reduzem-se a quatro principaes elementos todas as cousas, de tudo quanto existe com corpo; estes elementos são--«o fogo, o ar, a terra, e a agua.» O primeiro d'estes é unicamente simplicissimo: os outros tres restantes são compostos d'outros simplicissimos elementos; razão porque os chimicos reduzindo todo o numero dos elementos, á sua simplicidade, admittem muito maior numero d'elementos (ou elementos simplices.) X O Fogo Meus caros meninos, vós não conheceis outro fogo, que aquelle que resplandece no fogão, ou na lareira; porém o fogo, ainda que invisivel, está derramado por toda a natureza. Feri dois seixos e do seu choque resultará uma faisca; esfregai com força dois bocados de páo, aquentar-se-hão, e acabarão por allumiar-se; pondo ao sol uma lente, esta reunindo, e apertando os raios, dar-vos-ha fogo; a mesma luz é fogo (posto que tenuissimo.) O fogo é necessario á vida de tudo quanto existe corporeo; e o seu primeiro manancial parece vir do sol. Como o calor é sempre fraco no inverno tudo languece, tudo parece morto, e as aguas não podem correr: ellas tornam-se gelo; felizmente a primavera torna a animar tudo com um novo calor. Se pois o fogo não se fizesse mais sentir tudo pereceria, gelar-se-hia tudo. XI O Ar O ar é tam necessario á nossa existencia que se nos achassemos privados d'elle, morreriamos immediatamente. O ar é este fluido invisivel que respiramos, continuamente, e que sentimos á roda de nós. Quando é impellido com força, constitue o «vento». Está derramado em torno do globo da terra, até uma certa altura, e forma o que chamamos «atmosphera,» isto é, este espaço onde andam as nuvens. XII A Agua Todos os paizes, onde não se acha a agua, são estereis, desertos, e não apresentam mais que tristes planicies de areia. Levada pelo seu proprio pezo desce sempre, até ser retida nos abismos do mar. De ordinario é nos montes que se acham as nascentes dos rios. A agua cobre uma parte da terra, e circula por todos os lados. Vemol-a sahir debaixo da terra, formar ribeiras, e rios, e encher o immenso lago dos mares. Ella humecta as terras, alimenta os vegetaes, anima as paisagens e exaltera os homens, e os animaes. XIII As Nuvens Uma nuvem é absolutamente similhante aos nevoeiros, que se formam á noite sobre as margens das ribeiras, e nos sitios pantanosos; o que a distingue é ter-se formado no ar, e ser impellida pelos ventos até ao momento em que torna a cahir em chuva sobre a Terra. A agua não corre sómente sobre a Terra; tambem se alevanta aos ares, e se sustem alli debaixo da forma das nuvens. O calor do sol faz subir a agua para o céo em vapores invisiveis. Os rios, os lagos, e os mares fornecem continuamente (e mais no verão do que no inverno) esses vapores, os quaes vão reunir-se nos ares em forma de nuvens. Pondo ao sol um panno molhado, a humidade desapparecerá, e o panno seccará, collocae uma bacia cheia de agua ao ar, a agua desapparecerá insensivelmente, e não ficará nem uma só gotta. Que foi feito d'essa agua? Reduziu-se pelo calor em vapores, e estes elevaram-se até ás nuvens, que vêdes passar sobre vossas cabeças. Quereis ver uma prova mais clara? Examinae a agua, que ferve sobre o fogo; sahe d'ella um fumo espesso, e o vaso diminue cada vez mais. Porque rasão diminue esse vaso? É porque a agua se vai em fumo, ou (para melhor dizer) em vapores. Ponde por um instante a vossa mão sobre esse fumo, e tiral-a-heis toda molhada. As nuvens não andam muito alto: os cumes de differentes montanhas são-lhes sobranceiros. Quando se está sobre essas montanhas, vê-se por baixo as nuvens esclarecidas pelo sol, o qual as faz parecer brancas, como um montão confuso de algodão. Quando se passa pelo meio d'ellas, crê-se que se atravessa um nevoeiro, mais ou menos espesso. XIV A Chuva Já sabeis como se formam as nuvens; sabeis que se compõem de pequenas partes d'agua, tão leves, que se tomariam como um pouco de pó: o ar sustem-as em quanto estão n'este estado. Mas quando estas partes se approximam, e as unem, tornam-se em gotas, as quaes, sendo mais pesadas que o ar, que as sustem, começam a cahir, e eis ahi a chuva. Esta chuva rega os campos, penetra nas terras, e alimenta as nascentes; estas vão para os rios, e estes para o mar; o sol faz outra vez subir estas aguas ao ar, donde são restituidas á terra; de sorte que estão continuamente em movimento, e viajam em todas as partes do mundo, umas vezes impellidas pelos ventos, e outras vezes arrastadas pelo declive dos terrenos. XV A Neve e a Saraiva Deve-se advertir que existe a neve, e se forma quando os vapores humidos que cahem d'uma nuvem se trasformam na sua queda, pelo gelo que os penetra, em longos filamentos, os quaes constituem flocos differentemente arranjados. Se estes vapores tiveram tempo para formar gotas, que o frio condensa immediatamente, cahe, em logar de neve, saraiva. Esta saraiva tem, de ordinario, a forma, e a grossura das gotas da chuva; comtudo algumas cahem como grossos pedaços de gelo; mas pode-se observar, que esses pedaços, são, n'este caso, compostos de muitos grãos, que se reuniram na sua queda. XVI O Mar Chamamos com este nome de «Mar» todas essas immensas qualidades de agua, que cobrem uma grande parte da Terra. Os homens chegaram a ultrapassar (pela sua industria) esses abismos que pareciam abertos para os reter, construiram navios, e viajaram sobre as ondas, que podiam tragal-os, com mais commodidade, e mesmo com mais segurança do que sobre as terras. Não é doce, e boa para beber a agua do mar, como a das nascentes, e rios; ao contrario é acre, amarga e tão salgada, que excita nauseas violentas. É d'esta agua que se tira o sal, de que se usa na cosinha. Para isso faz-se entrar a agua do mar em grandes tanques, que tem sómente algumas polegadas de profundidade; o sol faz evaporar a agua, e o sal fica em secco no fundo do tanque. XVII O Homem Das creaturas mais perfeitas que Deus creou, é o Homem; ainda que vive como todos os animaes, e está sujeito ás mesmas necessidades é-lhes comtudo tão superior, que não se deve estabelecer comparação alguma entre elles e o homem. Elle é o chefe de tudo quanto abaixo de Deus, recebeu a existencia, e o dominador da Terra. E donde lhe vem a sua superioridade? Da alma; d'esta intelligencia celeste que Deus lhe deu. Os animaes pensam sómente em satisfazerem as suas necessidades; o homem é o unico que reflecte, e sabe elevar-se ao conhecimento da Divindade. Por isso chama-se Razão o sentimento, que dirige as suas acções; e dá-se somente o nome de «Instincto» ao que faz obrar os animaes; posto que esse instincto em varias cousas se torna superior ás nosas forças, e razão, com o proprio influxo e direcção das sabias determinações que ora coarctam ora dirigem as acções dos animaes. Porém se o homem recebeu uma prerogativa tão bella, é para se conduzir livremente com mais sabedoria; quando abusa dos seus meios, quando obra mal, sabe-o, torna-se culpado para Deus, o qual lhe deu luzes geraes para o esclarecer no caminho da vida. Os deveres dos homens para com Deus estão consignados na verdadeira Religião Natural ou Universal, a qual se tem dividido em tres idades «Religião Ante-Moysaica, Religião Moysaica» (ou escripta) «Religião e Christã» (ou Revelada). Em todas estas tres idades a Religião Natural é sempre a mesma: representando na 1.ª idade o verdadeiro culto á Divindade na esperança do Salvador; na 2.ª a confirmação, e mais magestosa ractificação d'esse culto; e na 3.ª o complemento final d'esse culto na pessoa do mesmo verdadeiro e esperado Messias, Nosso Senhor Jesus Christo. Os deveres da Religião em todas as suas idades basea-se em tres principaes deveres para com Deus, directa ou indirectamente. Deveres «directos» (para com Deus), «e indirectos» (para comnosco, ou nossos similhantes). Estes deveres são obrigatorios, ou prohibitivos, aos quaes se oppoem o crime de commissão para com os primeiros, ou de omissão para com os segundos. Em estes deveres se contam a celebração do Sacerdocio, e mais sacramentos da Igreja, e seus deveres; os mandamentos do Decalogo e da Igreja. A vida do homem divide-se em quatro epocas; a saber:--«A Infancia» até os 15 annos; «A Juventude» até os 35; «A Virilidade» (ou idade viril) até os 55; e «A Velhice» d'ahi por diante até o muito 100 annos. XVIII Homens de differentes cores Os homens variam de cor conforme os climas, ou regiões, e terras que diversamente habitam; por isso não são os homens todos brancos, como os vemos na Europa. Nos paizes quentes são trigueiros, e mesmo pretos. É principalmente em Africa que se acham povos inteiros, e numerosos, cuja pelle é tam preta como o carvão; chamamo-lhes «negros.» Os «Hotentotes,» os quaes habitam tambem esta parte do mundo, tem uma cor bronzeada. As differentes cores americanas são as de cobre, e laranja. Os homens de maior estatura são os «Patagoens,» os quaes habitam a extremidade da America Meridional: tem commumente seis pés, a seis e meio. Os «Laponios» são ao contrario os mais pequenos: não tem ordinariamente mais de quatro pés e meio, é esta a sua estatura ordinaria: porém são fortes e robustos. Habitam um paiz frio, e coberto quasi sempre de neve na extremidade septentrional da Europa. XIX Os Mineraes Dá-se o nome de _mineraes_ ás substancias que se tiram das minas, isto é, das excavacões que se fazem no seio da Terra. Entre estas substancias é necessario observar os metaes, que nos são de grandissima utilidade. Estes metaes são o _ferro, cobre, estanho, chumbo, ouro, e prata_. O homem não só tornou em vantagem sua tudo quanto a Terra produz na superficie; mas até o que ella tem occulto nas suas entranhas. XX O Ferro O homem não tem necessidade senão de purificar o ouro, e a prata; e é-lhe necessario, para assim dizer, crear o ferro. Este metal, tal qual a natureza nol-o dá, é mui differente d'aquelle de que as artes usam. Esta arte sobe á mais remota antiguidade, e pode-se crêr que o ente creador de todas as cousas o qual o faz nascer com tanta profusão por toda a terra, suggeriu elle mesmo ao homem os meios de o adoptar ás suas necessidades, e de o fazer gozar de todas as vantagens, que elle occulta; pois que este metal tão util apresenta-se debaixo de mil formas diversas na natureza; e o que vós nunca pensaveis, acha-se quasi em toda a parte; acham-se partes d'elle na combustão de muitos vegetaes, e pertende-se mesmo que o sangue que circula nas nossas veias, lhe deve este vermelho, que o cora. É por meio do fogo que se separa o ferro da terra com que está misturado; e é igualmente por meio do fogo que se trabalha, e que se fazem com elle vasos, alavancas, pregos, e mil outros instrumentos, que nos são de grande utilidade; sem o ferro nunca existiria um numero infinito d'objectos que augmentam as commodidades da vida. O ouro, que nós procuramos com tanta avidez, é muito menos precioso, que este metal, que nos parece tão grosseiro. O aço é um ferro refinado. XXI O Cobre De todos os metaes imperfeitos é o cobre o que mais se aproxima do ouro, e da prata; se o não tivessemos, haveria um grande vacuo nas producções as mais interessantes das artes. Porém as suas vantagens são bem compensadas pelas suas qualidades malfazejas: exposto ao ar, ou á humanidade, e muitas vezes por si mesmo, cobre-se d'esta ferrugem conhecida pelo nome de _Verdete_, a qual muitas vezes converte nos vasos da cosinha em um veneno extremamente perigoso os alimentos que contem. A estanhadura pallía o perigo, porem não o annulla inteiramente. O mais prudente é não usar d'este metal sem muito resguardo, e limpeza. O cobre derretido e purificado, chama-se _Cobre vermelho_. Ligando-o com o zinco que é outra substancia mineral, obtem-se o _Cobre amarello_, ou o _Latão_; misturando-lhe uma certa qualidade d'estanho produz-se o _Bronze_, ou o _Arame_. XXII O Estanho Emprega-se o estanho de mil maneiras: fazem-se com elle pratos, colheres, e vasos, usa-se d'elle misturando-o com o chumbo para a estanhadura; applica-se por traz dos espelhos para lhes dar este brilhantismo, que lhe faz reflectir as imagens de todos os objectos. XXIII O Chumbo As minas de chumbo são como as de ferro as mais communs em a Natureza. Elle é o menos precioso dos metaes. Como é molle e facil a derreter, fazem-se com elle os canos para conduzir as aguas, e outras obras semelhantes a esta; fazem-se tambem com elle as ballas de espingarda. XXIV A Prata As principaes minas da prata em França são as de Santa Maria nos Vosges; as de Baigóry nos Altos Pyreneus; e as de Chalanches perto de Allemont no Delphinado. As minas da Noruega são as mais importantes; porem as mais ricas do mundo são as que se acham no cume das cordilheiras; a Natureza derramou ahi este metal com uma verdadeira profusão; quasi todos os paizes da terra possuem minas d'este precioso metal, porem observa-se que quanto as minas de ouro abundam nos paizes quentes, tanto a prata parece amar as regiões frias. XXV O Ouro Não porque nos seja o mais util, mas porque o fizemos, como a prata, representativa de tudo quanto se pode comparar, eis aqui em fim o metal que nós estimamos mais. Com tudo é o ouro o mais perfeito, por si mesmo dos metaes, é o mais pezado, o mais denso, e o mais ductil. Podem-se-lhe dar todas as formas, pode-se applicar, e extender em folha sobre superficies, cuja grandeza comparada á pouca materia de que se usou, admira a imaginação. O fogo, menos que não seja excessivamente violento, não produz sobre elle impressão alguma. As minas mais abundantes de ouro são as do Mexico, e Peru, ultimamente as da California na America; bem como tambem na Austria, Siberia; e acha-se tambem na area de algum rio em forma de palhetas. XXVI Das cinco partes do Mundo A terra a qual já dissemos que era redonda divide-se em cinco partes, a saber: _Europa_, _Asia_, _Africa_, _America_, e novamente descoberta a Oceánia. A parte do mundo que nós habitamos é a Europa; é a menos extensa mas a mais povoada, é aquella onde as sciencias e artes são mais cultivadas. Os seus povos são brancos. A parte meridional é temperada, e a do norte é fria. A Asia é tres vezes maior que a Europa; mas não tem povoações proporcionaes. Os seus paizes meridionaes sentem calores muito grandes, os do norte estão cobertos pelo gelo do inverno nos tres quartos do anno. Esta parte do mundo é a mais rica em producções naturaes, pedras preciosas, perolas, especiarias, aromas, e animaes. A Africa cortada ao meio pelo Equador, isto é, achando-se directamente debaixo dos raios do sol offerece os climas mais quentes, e por consequencia mui desertos. Veem-se ahi espaços immensos sem arvores, e sem verdura onde cobre a terra uma areia secca. É n'ella onde se acham os homens mais pretos, e os animaes mais ferozes. A America é a parte maior do mundo. A Asia, a Africa, e a Europa não a conheceram durante muito tempo; os povos antigos nem ao menos suspeitaram a sua existencia. Foi somente no curso do decimo quinto seculo, isto é ha pouco mais de trezentos annos, que Christovão Colombo teve a gloria de fazer conhecer esta metade do mundo á outra. A America produz uma quantidade infinita de metaes, e mineraes; o oiro que os europeos tem tirado d'ella é incalculavel. Ha alli alguns paizes mui povoados, mas ha outros onde se acha mui pouca povoação. É n'esta parte do mundo que existem os maiores rios da terra; o maior de todos é o dos Amazonas, o qual tem mil leguas de curso. XXVII Divisão do Tempo Os homens sentiram a necessidade de estabelecer as divisões do tempo para regular os seus trabalhos, recordar os acontecimentos, e combinar, e designar os dias futuros. A propria natureza indica essas divisões. Já vos disse que a terra se volve sobre si mesma no espaço de vinte e quatro horas, e que é esse movimento quem nos dá alternativamente o dia, e a noite. Essas 24 horas fazem o que se chama um dia. Este achou-se naturalmente dividido em quatro partes: _a manhã, o meio dia, a tarde e a meia noite_. Inventaram-se outras divisões, para maior commodidade: são as _horas_. Contam-se 24 n'um dia, isto é, durante o tempo da luz, e das trevas; porém estas 24 horas estão divididas em duas vezes doze: eis de têl-o visto em todos os mostradores, os quaes não tem mais que esse numero de horas. A hora foi subdividida em 60 minutos, e o minuto em 60 segundos, etc. As 4 estações são: a _Primavera_, em que nascem a verdura e as flores; o _Estio_, em que se amadurecem os fructos da terra; o _Outono_, em que se fazem as colheitas; e o _Inverno_ tempo em o qual a terra em repouso toma novas forças soffrendo a intemperie dos ares (pelos ventos, frios, neves, gelos, e tempestades). Dividem-se estas estações mais simplesmente em duas partes, a saber: _Verão e Inverno_, cada uma com seis mezes; contando o verão desde o meio da primavera, todo o estio, e primeira parte do Outono (isto é, meio de Maio, a meio de Novembro,) e contando o inverno desde o meio de Novembro e todo e inverno propriamente dito, até meio de Maio. Além d'esta divisão natural divide-se o anno em doze mezes. O mez é um espaço de 30 a 31 dias (pouco mais ou menos;) o que se ve n'estes versos: Trinta dias tem Novembro; Abril, Junho e Setembro; Vinte e oito, ou nove, um e os demais trinta e um. Elles são, pois _Janeiro, Fevereiro, Março, Abril, Maio, Junho, Julho, Agosto, Setembro, Outubro, Novembro, e Dezembro_. O inverno começa a vinte e tantos de Dezembro, acabando a vinte e tantos de Março. A primavera a vinte e tantos de Março a vinte tantos de Junho. O Estio a vinte e tantos de Junho a vinte e tantos de Setembro. O outono a vinte e tantos de Setembro até vinte, e tantos de Dezembro. Os mezes tambem se dividem em 4 semanas; as quaes não o completam porque dão somente 28 dias, e os mezes tem 30 a 31; excepto fevereiro _o_ qual tem 28, e nos annos bissextos, isto é, de 4 em 4, 29. A semana contém 7 dias que são: _Segunda, Terça, Quarta, Quinta, Sexta, Sabbado, e Domingo_. Os Christãos começam a sua semana pela segunda feira, e o domingo é o setimo dia de repouso. Os Judeus tomam o Sabbado por seu setimo dia de repouso, contando o domingo como seu primeiro dia da semana. Os mahometanos tomam o seu primeiro dia no sabbado e o seu ultimo e setimo na sexta. Temos dois equinoxios, e 2 solsticios: Os primeiros em que as noites são iguaes aos dias em doze horas: os segundos em que os dias e as noites entre si são ora maiores ora menores. De 21 a 22 de Março é o _equinoxio da primavera_. De 23 a 24 de Setembro o _equinoxio do Outono_. De 23 a 24 de Junho é o _solsticio do estio_, em que os dias são maiores do anno (isto é, perto das 3 até ás 9 da noite). De 20 a 23 de Dezembro é o _solsticio de inverno_, em que as noites são as maiores do anno (isto é, desde perto das 5 da tarde até perto das 7 da manhã). Entende-se por um _seculo_ o espaço de cem annos. Por lustre o espaço de 5. Por olympiada o espaço de 4. O nome, a epocha d'este ultimo, vem das festas que os gregos celebravam cada 4 annos junto d'Olympia na Grecia. XXVIII Principaes povos e cidades da Asia A Asia tem mil e setecentas leguas de comprido, e mil e quinhentas de largo. Seus principaes estados são: Turquia Asiatica, Arabia, Persia, India, Tartaria (chineza, independente, e russiana, na maior extensão e pouco povoada,) a China, e o Japão. A Turquia Asiatica, é consideravel; e tem a _Persia_ ao oriente; o Mediterraneo, e o Archipelago ao occidente; ao meio dia a _Arabia_, e ao norte o _Mar-negro e Persia_. Tem magnificos fragmentos do seu antigo esplendor. A Arabia é a maior peninsula do mundo, de norte a sul com quinhentas leguas, e de oriente a occidente quatrocentas, _Meca e Medina_ suas principaes cidades. O grande imperio da Persia, cuja capital é _Ispahan_. A India, cujos principaes estados são o _Indostão, Visapor, Golonda, Bisnagar, Ava, Pegu, Aracão, Sião, Camboje, Tunquim, Cochinchina._ O mais bello poderoso e antigo imperio da China, com quinhentas leguas d'oriente a occidente; e tresentas e cincoenta de norte a sul. Tem como immensa povoação as principaes cidades de _Pekin e Nankin_. PROPHECIA De um Lavrador velho e cego, da freguezia da Maia, a qual foi achada debaixo do travesseiro, depois do seu fallecimento. Cessem todos os estrondos Para em bella harmonia Ouçam todos mais attentos Esta real prophecia. De um authentico Soberano Distincto e inspirado Que alem de ser Monarcha Tambem tem prophetisado. Cujo Soberano escreveu A qual me mandou lêr Do que no futuro anno N'este reino se ha de vêr. Prophetisou que para o anno Tudo o que fôr vegetal, Causará terror e espanto No reino de Portugal. Toda a terra portugueza Dará fructo desmarcado Como nunca se tem visto Desde que o mundo foi creado. As nabiças darão grellos Tão altos e engrumados, Que dê mastros de navios, E serrando-os taboados. Cada nabo será tal Que se o escavar por dentro Possa dar casa bastante Para córte d'um jumento. Taes repolhos vereis creados Em todos os repolhaes, Que o menor seja bastante P'ra pezar vinte quintaes. Pois só as folhas de fóra D'aquelles mais bem creados Poderão servir de vellas Para estender nos eirados. As couveiras crearão Tão altos pés e grossos; Que d'elles se farão bombas Para tirar agua dos poços. Vereis cebollas como pipas Batatas como toneis Tomates como gigas Alhos como canistreis. Que só os dentes dos alhos Tão volumosos serão, Como que fossem quartos De aboboras ou de melão. As pereiras darão peras Tão grandes e tão bastas Que uma só pera aos pedaços Encha bem sete canastras. Taes limões vereis creados Nos limoeiros azedos, Que um limão seja bastante P'ra carregar seis gallegos. E que nozes tão grandes Se hão de ver pelas Nogueiras, Que das cascas d'uma só Se farão duas maceiras. E do que tiver por dentro Gostosos doces farão, E muitas se hão de moer Que não hão de dar mau pão. Tambem promette abundancia De pão trigo e centeio Porque só cada espiga Dará alqueire e meio. As mulheres farão fogueiras Queimarão fuzos e rocas Por que ha de nascer linho Prompto já em maçarocas. Pois só cada melancia Tão grande ha de ser, Que precisem de dez homens Com pancas para a mover. Da tona grossa e dura Com talos tão bem creados Que só possam ser partidos Com alviões ou machados. Cada videira do Douro Tantos cachos ha de dar Que de vinho e bagaço Possa encher um lagar. A cinco reis o almude Quem quizer beberá vinho Do melhor do Alto Douro N'esta provincia do Minho. No tempo que o vinho fôr A cinco reis o almude Muito ha de haver quem diga: «Cá vae á sua saude.» Velhos e velhas vereis Dar saltinhos de contentes Porque até terceira vez Lhe hão de nascer novos dentes. Até os brancos cabellos Vereis tomar novas côres, Iguaes ás d'aquelle tempo Em que tinham seus amores. Os que forem corcovados A corcova hão de perder, Até cegos vereis com vista, Que já não esperavam vêr. Tudo quanto tenho dito Afianço e asseguro, Que se nada fôr verdade Ha de ser mentira tudo. D'esta forma terminou Esta real prophecia, Só a todos desejo Vida, paz e alegria. HORAS PLANETARIAS Nomes dos Planetas Saturno, Jupiter, Marte, Sol, Venus, Mercurio e Lua. _Domingo_ A 1.ª hora é quando nasce o Sol, e é hora Solar. 2.ª--de Venus. 3.ª--de Mercurio. 4.ª--de Lua. 5.ª--de Saturno. 6.ª--de Jupiter. 7.ª--de Marte. 8.ª--do Sol. 9.ª--de Venus. 10.ª--de Mercurio. 11.ª--de Lua. 12.ª--de Saturno. E assim continuará, segundo os nomes dos Planetas; isto é, conforme o que se segue pelos nomes acima indicados. _Segunda-feira_ 1.ª--esta primeira hora como se tem dito, é da Lua. 2.ª--de Saturno. 3.ª--de Jupiter. 4.ª--de Marte. 5.ª--do Sol. 6.ª--de Venus. 7.ª--de Mercurio. 8.ª--da Lua. E assim se vai proseguindo até pôr-se o Sol. _Terça-feira_ 1.ª--de Marte. 2.ª--do Sol. 3.ª--de Venus. 4.ª--de Mercurio. 5.ª--da Lua. 6.ª--de Saturno. 7.ª--de Jupiter. 8.ª--de Marte. _Quarta-feira_ 1.ª--de Mercurio. 2.ª--da Lua. 3.ª--de Saturno. 4.ª--de Jupiter. 5.ª--de Marte. 6.ª--do Sol. 7.ª--de Venus. 8.ª--de Mercurio. _Quinta-feira_ 1.ª--de Jupiter. 2.ª--de Marte. 3.ª--do Sol. 4.ª--de Venus. 5.ª--de Mercurio. 6.ª--da Lua. 7.ª--de Saturno. 8.ª--de Jupiter. _Sexta-feira_ 1.ª--de Venus. 2.ª--de Mercurio. 3.ª--da Lua. 4.ª--de Saturno. 5.ª--de Jupiter. 6.ª--de Marte. 7.ª--do Sol. 8.ª--de Venus. _Sabbado_ 1.ª--de Saturno. 2.ª--de Jupiter. 3.ª--de Marte. 4.ª--do Sol. 5.ª--de Venus. 6.ª--de Mercurio. 7.ª--da Lua. 8.ª--de Saturno. E assim vae proseguindo, dando á hora do nascer do Sol de cada dia o Planeta d'aquelle dia, assim como a oitava depois de ter nascido. CONHECIMENTOS UTEIS No Crescente da Lua é que se devem fazer as sementeiras e enxertias, pôr bacellos, transplantar arvores, e crestar colmeias, tudo em dias de bom tempo, antes que rebentem as arvores, e o que mais se deve escolher é a occasião da maré cheia. As sementeiras não só devem ser feitas no Crescente de Lua, mas é bom que sejam feitas nos dias em que a Lua anda ou faça conjunção nos signos de Tauro, Cancer, Virgo, Libra ou Capricornio e maré cheia. No Minguante da Lua devem cortar-se as madeiras na força do Sol, colher fructas para guardar, cavar e podar as vinhas; o melhor corte de madeiras é quando está a maré cheia. Os melhores dias de caça são um dia antes e outro depois de qualquer aspecto de Lua. Para caçar aves, lebres ou coelhos são bons os dias em que a Lua ande ou faça conjunção nos signos d'Aries, Tauro, Geminis, Leo, Virgo, Libra, Sagitario, Capricornio e Aquario. Para pescar é bom o quarto de Lua em Piscis, Cancer e Escorpio. _Nevoeiro._--São nuvens terrestes que se levantam de lugares humidos, e ficam espalhadas na atmosphera cuja transparencia toldam. _Nuvens._--São aggregados de vapores mais ou menos espessos e encamados na atmosphera aonde se condensam formando as nuvens e as chuvas. _Chuva._--As chuvas são nuvens grossas que se evaporam dos rios e do mar, as quaes são elevadas pelos ventos a uma distancia immensa, derramando sobre nossos campos a felicidade e a abundancia, quando os regam e alimentam as fontes. _Neve._--A neve forma-se quando os vapores que cahem das nuvens se congelam pelo frio que os surprehendem, e cahem então em flocos mui alvos. _Saraiva._--Se os vapores que cahem das nuvens teem tempo de formar pingas que o frio condensa, cahem então em granisos, ou pedras d'agua com a mesma configuração e grossura, que haviam de ter as pingas d'agua como chuva na sua queda. _Orvalhos._--É um vapor subtil que se observa durante as noites e manhãs da Primavera, Verão e Outomno, e não é mais do que um resfriamento que a terra experimenta quando cessa de estar exposta aos raios do Sol. _Relampagos._--Dá-se este nome ao clarão que precede o estampido dos trovões, e tem lugar todas as vezes que o fluido electrico passa d'um lugar para outro, ou que duas nuvens carregadas d'electricidade chegam a encontrar-se. _Trovão._--É o estrondo produzido pelo abalo que o ar recente no momento em que o fluido electrico se descarrega sobre uma nuvem ou sobre a terra. Pode ajuizar-se da distancia d'uma trovoada pelo espaço que ha entre o relampago, e o trovão ou por uma pulsação regular; porque se o pulso bate quatro vezes entre o relampago e o som do trovão, é signal de que a trovoada está a quatro mil pés de distancia, e se bate cinco vezes, está a cinco mil pés etc. _Raio._--É o fluido electrico espalhado na atmosphera, que sahe com o estrondo da trovoada sobre a forma de fogo da parte da atmosphera em que estava accumulado, e derruba, mata e polvorisa aquillo em que toca ou acha com resistencia. Recommenda-se para seu defensivo a pelle do lobo marinho, o loureiro, e o _agnus dei_. _Terra._--A Terra é um globo achatado nos dous polos, prova-se que é redonda por que navegando-se de E. para O. volta-se ao mesmo ponto. Tem a Terra 7200 leguas de circumferencia, e é 1,330,000 vezes mais pequena do que o Sol, e tem não obstante uma superficie de terras habitadas ou habitaveis, e aguas, que comprehende 24 milhões de leguas quadradas, julga-se que as aguas cobrem mais das duas terças partes da superficie da terra. Divide-se o globo em cinco partes, a saber: Europa, Asia, Africa, America e Oceania. Mr. Letrome, segundo um calculo assás exacto, pretende que em 700 milhões d'homens, pouco mais ou menos, que povoam a terra, ha perto de 230 milhões de christãos, 115 milhões de mahometanos, 5 milhões de judeus, e 350 milhões de politheistas, povos que admittem mais d'um Deus, e grande numero d'absurdos. _Atmosphera._--Dá-se este nome á massa d'ar que cerca a terra até á altura de 20 leguas pouco mais ou menos, e é aonde se formam varios phenomenos e se reunem os gazes e exalações seccas ou humidas, e aonde se condensam e precipitam, e é finalmente aonde se formam as chuvas, ventos, saraivas, trovões etc. _Anno Solar._--É o tempo que decorre desde um Equinocio até outro Equinocio, isto é, 365 dias, 5 horas e 49 minutos. _Anno Civil._--É aquelle de que usam quasi todas as nações, para contarem o tempo e as idades, é de 365 dias, e os bissextos de 366 dias. _Mez Lunar._--É o espaço de tempo que decorre d'uma Lua Nova até outra Lua Nova, e consta termo medio de 29 dias, 12 horas, 44 minutos e 2 segundos. _Cometas._--O numero de Cometas que se teem observado é de algumas centenas e consistem em uma massa luminosa em fórma de cabeça, acompanhada de um rasto luminoso, chamado cauda; o seu movimento é irregular e tudo o que a respeito d'elles se tem calculado é puramente hypothetico, ha comtudo cometas cuja apparição á nossa vista se acha calculada. Os antigos consideravam os cometas como presagio de alguma grande desgraça, hoje, porém, só algum ignorante poderá de tal presuadir-se. _Marés._--Ha dous fluxos e dous refluxos do mar no intervalo de cada 24 horas e 49 minutos, estes 49 minutos é o que as marés tardam em subir, isto é, 24 minutos cada maré, juntando pois 24 minutos á hora de cada maré teremos a hora da maré. _Velocidade da luz do Sol._--Gasta a luz do Sol 8', para chegar á terra, isto é, para percorrer os 34 milhões de leguas que nos separam d'aquelle astro. _Norte._--Para se achar a estrella do Norte, prolonga-se em linha recta as duas estrellas a que chamam o leme e o prolongamento d'estas irá mostrar a estrella do Norte. _Methodo facil para observar os Eclipses do Sol._--Defuma-se em cima d'uma luz um pedaço de vidro de vidraça, até que se não veja nada por elle, faça-se-lhe depois um pequeno buraco no meio, descubrindo-lhe o fumo com a ponta do dedo pelo qual se pode observar o Eclipse sem que faça mal á vista. Sommar:-- Signos, gráos e minutos 9 24 38 11 32 47 9 27 25 FIM DA SETIMA E ULTIMA PARTE *** End of this LibraryBlog Digital Book "O Oraculo do Passado, do presente e do Futuro (7/7) - Parte Setima: O oraculo dos Astros" *** Copyright 2023 LibraryBlog. All rights reserved.